Era vegetariana

Temor aos alimentos.
O que nos resta para comer?
Compilado pelo grupo de notícias dos E.U.A.

Em 1996, o escândalo da doença da vaca-louca, que durou três anos, causou um enorme pânico na Europa. E em maio de 1999, ocorreu o escândalo belga da dioxina, revelando contaminação de alimentos, incluindo aves, ovos, carnes de boi, de porco, leite e centenas de derivados. Essa foi a maior crise de contaminação de alimentos desde a doença da vaca-louca, com maior impacto e amplas conseqüências.
Quando a crise surgiu, foi revelado que os frangos de várias granjas belgas estavam anormais. Algumas galinhas produziam pouquíssimos ovos com as cascas mais duras.Além disso, apresentavam também sintomas patológicos. Os exames de laboratório demonstraram que o nível de dioxina nas gorduras dos frangos era 140 vezes maior do que o estabelecido pelo padrão de segurança da Organização Mundial de Saúde. Portanto, foi determinado que a causa da doença dos frangos era o alimento contaminado com quantidade excessiva de dioxina.
O termo "dioxina" é uma denominação genérica da família de produtos químicos orgânicos clorados, e é considerada grave fator de risco de câncer para os homens. Os estudos têm revelado que a exposição à dioxina pode causar sérios problemas reprodutivos e de crescimentos, e estes compostos podem causar também danos ao sistema imunológico e interferir em hormônios reguladores. Devido ao seu largo uso e alta toxicidade, a dioxina está entre os químicos orgânicos mais tóxicos do mundo e potencialmente prejudicial à saúde humana. Em 1997, a Organização Mundial de Saúde declarou que a dioxina está na categoria dos cancerígenos. Se consumida por um longo tempo, mesmo em pequenas quantidades, pode aumentar o risco de câncer e lesar a pele e o fígado. Também pode causar defeitos congênitos nos bebês, se consumida por gestantes. A dioxina pode ser passada para crianças através do leite materno durante a amamentação, ou através do leite da vaca, podendo causar enormes danos.
A dioxina é um subproduto involuntário da indústria. A principal fonte dos compostos de dioxina no ambiente (95%) são os lixos clorados incinerados. A dioxina é também resíduo ou substância estranha originada de muitos processos industriais relacionados com a fabricação de pesticidas, anticépticos, herbicidas, aditivos para tintas. Outras fontes de dioxina produzida pelo homem incluem branqueamento de polpa na fabricação de papéis, gases dos escapamentos de veículos e fundição de metais. 
A exposição humana à dioxina ocorre através da inalação de gases dos escapamentos dos veículos, da poeira do ar, do solo contaminado, e do consumo de alimentos contaminados. Entre essas fontes, o alimento é o principal canal de exposição humana à dioxina. Os produtos animais, contaminados pela ingestão de rações contaminadas, entram no corpo humano através do seu consumo. A dioxina, uma vez ingerida, permanece na gordura do corpo e é difícil de ser eliminada por causa da sua estabilidade química.
A origem da crise de contaminação dos alimentos belgas deveu-se a uma empresa que processa gordura e óleo, a Verkest, que é acusada de fornecer oito toneladas de gordura animal contaminada com óleo de motor contendo dioxina para dez produtores de ração para animais da Bélgica, um da França e um da Holanda. A gordura animal contaminada foi usada para fabricar ração para animais e foi vendida para mais de dez mil fazendas pecuaristas, e a contaminação se propagou em maior escala. Os produtos potencialmente afetados e, portanto, proibidos, incluíam aves, ovos, carnes de porco, de boi, produtos lácteos e seus derivados.
A segurança dos alimentos é uma crescente preocupação no mundo inteiro e qualquer problema envolvendo a sua qualidade cria um pânico mundial. Em 28 de maio de 1999, a Bélgica eliminou das prateleiras das lojas os produtos derivados de aves e ovos possivelmente contaminados. Assim que as notícias foram propagadas, causou um grande tumulto na Bélgica, como também em outros países que importavam dela aves e produtos à base de ovos. Esses países impuseram rígidas restrições à carne, aves e seus derivados belgas. A União Européia tomou a liderança, proibindo a venda e ordenando a eliminação de carnes de aves, de porcos e produtos derivados da carne de boi contaminados, em seus quinze países membros, os quais fecharam suas portas aos referidos produtos belgas. 
Sendo a Bélgica um dos maiores produtores de ração para animais no mundo, outros países da Europa poderiam tê-las importado, contaminando seus produtos animais. Assim sendo, os Estados Unidos impuseram proibições mais amplas a todas as carnes de aves e de porcos dos países da União Européia. Outros países que também impuseram restrições temporárias foram: África do Sul, Arábia Saudita, República do Congo, Serra Leoa, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Cingapura, Coréia do Sul, Japão, Malásia, Filipinas e China. De repente, o termo "dioxina", não muito familiar para a maioria, começou a aparecer com freqüência em vários meios de comunicação, deixando os consumidores em pânico.
Esse temor ao alimento, considerado o mais sério desde o escândalo da doença de vaca-louca, está se propagando ainda em dimensões maiores. Já causou enormes perdas, tanto política como economicamente, mas seu efeito na saúde do consumidor é difícil de ser estimado. Enquanto isso, foram encontradas carnes de boi para hamburger contaminadas com dioxina em Henson, Alemanha, com nível de dioxina cinco vezes maior do que o padrão de segurança. Felizmente essa carne não havia sido colocada no mercado. Ainda, um relatório da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, demonstrou que a quantidade de dioxina na carne de porco americana era onze vezes maior que na carne de porco belga. Mostrou também que a carne de porco nos supermercados americanos continham 11.8 microgramas de substâncias cancerígenas por grama de carne. 
Recentemente, problemas relacionados com a segurança dos alimentos têm assustado os consumidores. O jornal "Belgian Freedom Daily" publicou um editorial questionando: se há hormônios na carne de boi, substâncias anticépticos no queijo, febre suína e antibióticos na carne de porco; mercúrio no peixe e agora substâncias cancerígenas nas galinhas e ovos.... então, "O que nos resta para o jantar de hoje?" tornou-se uma pergunta séria. Na verdade, a resposta é bastante direta: comece já a seguir uma dieta vegetariana!